Lisboa, 9 de dezembro 2024 — Num mundo financeiro em constante evolução, o investimento ESG tem passado por diferentes momentos de popularidade. Outrora considerado o favorito do mundo do investimento, tem sido recentemente alvo de cobertura negativa. Neste sentido, os consultores financeiros europeus encontram-se num momento crítico: como navegar no complexo panorama do investimento sustentável num cenário de mudança de comportamentos dos clientes, e das persistentes pressões regulamentares.

Para esclarecer este cenário, a Nordea Asset Management levou a cabo um inquérito – o Nordea ESG Advisor Survey 2024 – com consultores na Alemanha, Espanha, Itália e Suíça, no qual se analisou o estado atual do investimento ESG. O estudo teve como objetivo entender os níveis de interesse tanto dos consultores financeiros como dos seus clientes, identificar os temas dominantes nas finanças sustentáveis, e compreender as principais motivações e obstáculos que influenciam os investimentos em fundos ESG.

Conduzido pela CoreData, os resultados do Nordea ESG Advisor Survey 2024 oferecem uma visão sobre como navegar este momento dinâmico, para melhor se relacionarem com os clientes no que diz respeito aos investimentos sustentáveis. De um modo geral, os consultores dos países inquiridos continuam empenhados nas práticas ESG, com 60% a mostrar um forte interesse e 34% a planear aumentar as suas recomendações de investimentos ESG no próximo ano. As alterações climáticas são o tema de investimento ESG mais debatido em todos os mercados (68%); em particular as energias renováveis, que são mencionadas por 75% dos clientes. O interesse em resultados ESG mensuráveis está a aumentar, com 60% dos clientes a solicitar ocasionalmente ou frequentemente resultados tangíveis.

Os investidores europeus em ESG mostraram interesse em excluir as empresas que não cumprem com normas éticas, e a vontade de promover mudanças positivas através dos investimentos. Nestes casos, dois terços dos investidores consideraram este facto como a principal razão para investir em fundos ESG. Por outro lado, os que não investem atualmente em soluções ESG afirmaram que são dissuadidos pelo ceticismo em relação aos benefícios dos fundos ESG (61%) e pela preocupação com a redução do retorno sobre o investimento (57%).

Os regulamentos da UE continuam a exigir considerações ESG, o que faz com que seja um tópico inevitável nas conversas com os clientes. Além disso, o impacto a longo prazo dos fatores ESG no desempenho das empresas continua a ser um fator crucial para os consultores com visão no futuro. Curiosamente, os resultados sugerem que, embora alguns clientes acusem cansaço da retórica ESG, outros estão cada vez mais conscientes do seu impacto nos investimentos. Esta dicotomia apresenta tanto um desafio, como uma oportunidade, para os profissionais do setor financeiro.

Principais conclusões:

Alemanha: o interesse dos consultores alemães em ESG recuperou este ano, com 51% a reportar um forte interesse, um aumento de 12% em comparação com 2023. Estes dados estão alinhados com a observação de um sólido interesse do cliente (75%), e levou 30% dos consultores a planear aumentar as suas recomendações para estas soluções ao longo dos próximos 12 meses. A principal motivação dos clientes que investem em fundos ESG prende-se com o evitar padrões éticos de empresas que não apoiam (73%). As questões climáticas continuam a ser o tópico dominante nas discussões sobre investimentos ESG (73%), seguidas da tecnologia verde/limpa (72%), enquanto os desafios sociais têm um papel menor (11%).

Espanha: os consultores em Espanha referem que o interesse dos clientes em ESG aumentou ligeiramente em relação ao ano passado, com 82% a demonstrar um interesse forte ou moderado. Os consultores afirmam que as práticas ESG atrai os investidores tanto pelo alinhamento com os valores pessoais, como pelo potencial de melhores retornos; nomeadamente, cerca de dois terços dos consultores espanhóis salientam o retorno do investimento como um fator de motivação fundamental, quase o dobro da percentagem de outros países.

Itália: o interesse dos consultores financeiros em ESG manteve-se ao mesmo nível de 2023 (64% demonstra um forte interesse), sendo que 36% tenciona aumentar as suas recomendações de soluções ESG; 70% dos seus clientes procura promover mudanças positivas através dos seus investimentos. Quando questionados sobre os temas sociais, 59% dos clientes italianos identificou a Diversidade e a Inclusão como um foco central. Para 54%, a falta de métricas claras é um obstáculo considerável, sublinhando a necessidade de quantificar os benefícios ESG.

Suíça: os consultores suíços lideram o apoio a práticas ESG, com 68% a manifestar um forte interesse. Estes consultores referem que existe uma procura consistente por parte dos seus clientes, e 81% discutem ativamente tópicos ESG com estes; as alterações climáticas são o tema ESG mais frequentemente discutido (62%). Dentro do tema do clima, os clientes suíços dão prioridade às novas tecnologias para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono (69%). A principal motivação dos clientes suíços para investir em ESG é o interesse em criar mudanças positivas (71%). Para aqueles que não investem em soluções ESG, as principais barreiras são as preocupações com retornos potencialmente mais baixos (70%).

A experiência em ESG continua a oferecer uma vantagem competitiva num mercado concorrido, e irá manter-se como uma tendência neste setor em evolução, algo crucial para o sucesso a longo prazo. A Nordea Asset Management tem vindo a integrar as práticas ESG e sustentabilidade há mais de 35 anos, com uma abordagem robusta em que o retorno e a responsabilidade andam de mãos dadas. Enquanto líder em ESG, oferece aos clientes uma vasta gama de produtos responsáveis, em todas as classes de ativos, concebidos para ter um impacto positivo em simultânero com a prospeção de retornos atrativos.